Mulheres que contam histórias -Parte II
Rituais de Cura - Leveza
Uma mulher forte mas ao mesmo tempo sensível. Conhecemo-nos por trabalharmos as duas na mesma área. Um dia decidimos fazer uma troca de serviços e eu propus um ritual com astrologia. Embora seja apenas estudante de astrologia fez-me todo o sentido uma abordagem simples e bonita da linguagem arquetípica a uma pessoa que nunca tinha tido contacto com esta magia. Nas minhas descobertas foi fácil identificar algumas linhas orientadoras da sua personalidade e consegui entender de onde vinha tudo aquilo que já tinha visto nela. Percebi-lhe a rigidez e a necessidade de controle. Percebi a sensibilidade e a doçura. Pediu-me então para deixar ir a rigidez que lhe moldava o esqueleto, que muitas vezes lhe dava dores ou não a permitia fazer certos movimentos. Com a ajuda da água, aquela que flui e que carrego comigo em todos os rituais que faço, conseguimos deixar ir, através de um banho intencionado, essa rigidez, essa força que em demasia faz mal e tornámos essa energia mais leve. Percebemos de que forma essa rigidez e necessidade de controle tinha sido benéfica na sua vida e aceitámos que muitas vezes tinha sido útil. No vazio ouvimos uma música e apreciamos a natureza à nossa volta. Renasceu e reintegrou com o acto simbólico levar a todo o seu corpo um pendente bonito e colorido esvoaçante que lhe dava a sensação de voar. Neste ritual a intenção não era deixar ir a rigidez completamente, é preciso saber os limites, porque se por um lado ela estagna a energia por outro ela também enraiza e dá estrutura. É preciso ver sempre o ponto de abertura, flexibilizar aceitar e de coração aberto, o quanto estamos dispostos a largar e a abdicar de nós, por uma vida mais leve, sã e em paz.
