A minha história
SOFIA SALINASS
Mais do que ser espiritual, quero ser real.
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Mais do que ser espiritual, quero ser real. •
Chamo-me Cátia Sofia.
Celebro a Tristeza e a Alegria!
Manifesto Espiritual
A minha vida já deu muitas voltas, sou do signo solar caranguejo mas vivi uma vida toda identificada com o meu ascendente gémeos. Vivi muitas vidas, em muitos sítios, com muitas pessoas e em muitas realidades diferentes. Foi preciso chegar a casa, a Portugal em 2017, depois de 12 anos fora, para perceber que algo em mim não estava bem, que muito do meu trabalho era uma paixão mas não era frutífero. Dessa consciência, até ter coragem para procurar ajuda e me entregar ao processo de cura passaram-se 2 anos. Quis a vida pôr-me um terapeuta de cura emocional no meu caminho em vez de um coach como eu tanto queria, quis a vida pôr-me em cura profunda da minha criança interior em vez de me pôr em busca de objectivos do ego e da criança ferida. Foi um caminho do caraças, vivia em angústias, medo de não agradar aos outros, medo de não ser suficiente boa no meu trabalho, de não ganhar o dinheiro que o meu estatuto pedia. Eram e, não tenho ilusões, ainda são, muito dos meus medos e das minhas angústias.
Viver a espiritualidade para mim, tem tudo menos de santo e de linear… talvez a shantificação o tenha mas eu não acredito numa espiritualidade iluminada, acredito sim numa espiritualidade equilibrada onde a sombra e a luz andam lado a lado e fazem parte da imperfeição da vida. Sim, somos imperfeitos e aceitarmos essa nossa visão mais sombria é parte do caminho para dentro, de encontro à nossa essência.
Para mim são importantes a empatia, o amor, a ética - um dos meus maiores lemas de sempre é: "não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti". Não há nada mais bonito, não há lugar mais puro de amor próprio e de amor aos outros que este. E a ética. Uma palavra tão pequena, que traz tanto dentro dela e que eu resumo com outra "comunicação". Bem sei que não é a palavra mais fácil da nossa vasta área vocabular, no entanto, é aquela que para mim cura tudo. Quantas vezes um "desculpa mas estava errado” ou “será que podemos falar sobre isto noutra perspetiva” não cura um momento e não nos retira daquele estado de angústia. É urgente usar o coração, por favor, mais coração! E dar-lhe voz!
É tão necessário nos ligarmos mais ao nosso coração, ao que sentimos, ao que desejamos… Seja lá o que isso for e mesmo que traga dor! A dor também faz parte! Numa sociedade anestesiada por analgésicos é preciso dar espaço a todos para nos sentirmos mal, para chorarmos, para estarmos tristes. Esses sentimentos e emoções também fazem parte da nossa psique e da nossa evolução como seres humanos.
Expressá-los é um acto de coragem e acima de tudo é um acto de vulnerabilidade! Para muitos é considerado fraqueza mas na verdade, só revela a inteligência emocional do indivíduo - o ter coragem de ser imperfeito! E ao mesmo tempo de ser inteiro e integro - revelando não uma das suas máscaras de valentia mas sim da sua humanidade. A humanidade que todos temos dentro de nós e que a sociedade ( pais, irmãos, família, escola, amigos) nos impediram tantas vezes de revelar fazendo-nos engolir tudo em vergonha e não aceitação! Basta! Já Chega! Somos humanos! Somos seres imperfeitos e com muitas cores dentro de nós!
Viver de uma forma alinhada com essas cores, com o que somos cá dentro, é uma das minhas maiores crenças, aceitar que a minha autenticidade e espontaneidade são parte de mim mesmo que muitas vezes elas me levem para caminhos onde não me é fácil estar como a vergonha ou o medo de não ser aceite. Estes são dos maiores desafios com que me debato todos os dias mas é nessa verdade que eu também me encontro, porque eu também sou isso…
Acredito e vivo muito em alegria e acredito muito na liberdade de sermos o que quiseremos ser com confiança, consciência e sobretudo intenção. Viver uma vida com significado é importante e é o que nos move. Colocar essa intenção num namorado, num filho ou num trabalho é válido mas peca pela falta de principio e esse principio somos nós e o nosso coração.
Para mim, viver a espiritualidade é tudo isto! Muito para além das palavras, é viver em consciência, viver em verdade com o meu coração, com o que ele me pede momento a momento.
Viver a espiritualidade é viver em aceitação das raças, sexos, géneros, ou religiões!
É levar o Não Julgamento a sério na base da aceitação radical da vida, para que todos nós pertençamos e cumpramos o nosso papel.
Ser espiritual é perceber que tudo faz parte e que eu sou uma dessas partes e que sou a primeira a mudar quando quero mudar o outro.
Viver em espiritualidade é amar o mundo, as pessoas, os animais, a natureza como se todos eles fossem eu e eu fosse eles!
É viver de uma forma holística e sistémica e em respeito pela minha ancestralidade e pela ciclicidade da vida!
Ser espiritual é ser EU, é ser o que nasci para SER!
A minha história…
“O amor pelas pessoas cresceu cedo em mim”
Cresci no Entroncamento onde vivi até aos 18 anos. Nunca fui muito feliz até sentir na pele o que era a liberdade e o amor. Talvez por isso estes sejam, para mim, uns dos maiores bens.
Dediquei-me ao ensino e apaixonei-me pelas viagens e por África. Nunca pensei muito em Macau, foi o acaso que nos juntou e embora seja a minha maior relação de amor-ódio, estou-lhe imensamente grata por tudo o que me trouxe até aqui! Acho que foi Macau que me acentuou o gosto por ser diferente. Numa terra onde o respeito pelo outro vale pouco e em que os comportamentos são iguais, era fácil ser diferente. Enquanto ensinava na Escola Portuguesa, como professora de 1º ciclo, fui uns tempos para Moçambique relembrar o meu primeiro ano de ensino em Angola, onde já tinha estado, mas desta vez da maneira como sempre sonhei, com uma missão.
Voltei a Macau e, passados dois anos, e com 10 anos de ensino, achei que era altura de começar um novo sonho: o Bad Bad Maria. Começou por ser uma empresa de eventos que mais tarde, depois do regresso a Portugal, se transformou numa marca registada de casamentos alternativos com um blog de inspiração para todos aqueles que acreditam num casamento personalizado à sua medida, sem fórmulas nem preconceitos.
Mal sabia eu que este era o meu grande ponto de partida para esta descoberta do de um lado que nunca identifiquei como meu: o lado da consciência, do amor incondicional pelo outro, da empatia criada a cada olhar e palavra trocada, da profundidade que tinha em mim e que só os outros conseguiam ver.
A minha alegria, a minha comunicação autêntica fizeram-me repensar no meu propósito e pô-lo ao serviço dos outros. Criando e cuidando de espaços onde através da fragilidade e sensibilidade se criam ligações e conexões entre as pessoas, o seu exterior e interior. Recorrendo muitas vezes ao passado e à ancestralidade como potenciadores de transformação e cura.
"Viver para poder contá-la."
— Gabriel Garcia Marquez